17 de fevereiro de 2014

(Res)piração



 No escuro do quarto vejo sua linha abstrata, vejo seus olhos se movendo por entre as pálpebras, seu peito se enchendo, tirando meu ar. O calor do corpo ao lado do meu trepidando minha calma, da tua alma acariciando meu carma. Perco horas te observando, zelando teu sono, adivinhando teus sonhos. Tentando absorver a parte que me caiba, tentando caber  meu coração em tua palma. 
 Por um segundo sua respiração pára, meu coração fala: "Aninhe meu caos na tua calma?" Suspiro e a mente falha. Será que existe tempo que não acaba? Meus sentidos confusos se tornam perigosas armas. Afago meu rosto na tua barba, sua respiração me esquenta o rosto e a alma.
 Você sorri, minha mente viaja. Sonha comigo... ou será eu que sonho acordada? Me aproximo mais. Mas deixo espaço onde a felicidade caiba. "Felizes para sempre" ... não é assim que todo história de amor acaba? A história chega ao fim, mas e o amor acaba? Meus pensamentos se confundem, já não sei quem é que fala. Sua respiração fala mais alto, e o medo se cala. 
 No escuro do quarto vejo além da sua linha abstrata.Meu peito se enchendo do calor da tua alma. Teu corpo cabendo na minha palma. Tua respiração é o meu carma. Encontro nos teus braços a parte que me falta. Tentando entender a explicação da minha calma. Enfim existe espaço na felicidade que me caiba. Meu mundo cabe na tua cama. Teu corpo, tua alma e tua barba. Composto químico do meu dharma. 

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